FRASE DE KARDEC

"Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência de uma causa está na razão da grandeza do efeito."

06 abril 2012

Seminário e Palestra da Anete Guimarães em Colatina-ES

Seminário e Palestra no final de semana na Sociedade Colatinense de Estudos Espíritas, localidada a Rua Santa Maria, 51, Centro, tels.: 27 3722-2756 / 9854-2762 / 9907-4060, com a Drª Anete Guimarães, psicologa e pesquisadora universitária, do Rio de Janeiro-RJ. No sábado 31/03, de 14 às 18h, ele fez o seminário com o tema "VONTADE DIRIGIDA: Você pode mudar se quiser!" e no domingo 1º/04/2012, de 09 às 10h20min, a palestra com o tema "Reencarnação". Filha de dois dos maiores nomes do meio espírita do Brasil, Ana e Geraldo Guimarães, ela mostrará os mais novos estudos da estrutura da mente humana e suas nuances, com enfoque na Doutrina Espírita. Conheça uma das maiores autoridades do assunto no mundo. Virgilio Knupp (Presidente da SCEE).

1ª Parte do Seminário
2ª Parte do Seminário
Palestra

07 junho 2010

Vocabulário Espírita

Aeróbus - Carro aéreo espiritual de transporte de Espíritos que não podem locomover-se.

Agênere - Modalidade de aparição tangível. Certos Espíritos revestem, temporariamente, as formas de uma pessoa encarnada, ao ponto de produzirem ilusão completa.

Aura - Emanação fluídica do corpo humano e dos demais corpos.

Batedor - Espírito que revela sua presença por meio de pancadas e ruídos de naturezas diversas.

Bônus-Hora - Remuneração espiritual relativa a cada hora de serviço prestado nas colônias espirituais.

Carma - Lei de Causa e Efeito ou de Ação e Reação.

Ectoplasma - Vapor denso semiluminoso, que flui pela boca e pelas narinas do médium (menos comumente pelos ouvidos), substância utilizada pelos Espíritos para a produção do fenômeno de materialização.

Ectoplasmia - Exteriorização de fundo ectoplásmico.

Espíritos - Seres inteligentes da criação, que povoam o Universo.

Espiritualismo - Crença na existência da alma espiritual e imaterial.

Espiritualista - Adepto do Espiritualismo.

Espiritismo - Doutrina fundada sobre a crença na existência dos Espíritos e em suas manifestações.

Espírita - Adepto do Espiritismo.

Estereótito - Qualidade das aparições tangíveis.

Erraticidade - Estado dos Espíritos errantes, isto é, não encarnados durante o intervalo de suas experiências corpóreas.

Fixação mental - Obsessão de si mesmo.

Fluido Vital - Princípio orgânico que produz os fenômenos da vida material.

Letargia - Perda temporária da sensibilidade e do movimento.

Ideoplastia - Modelagem da matéria pelo pensamento.

Levitação - Elevação de objetos ou pessoas sem o concurso físico.

Medianimidade - Sinônimo de mediunidade. Tem um sentido mais real.

Médium - Aquele que serve de intermediário entre os Espíritos e os homens.

Palingenesia - Reencarnação.

Perispírito - Envoltório semi-material do Espírito. Serve de intermediário entre o Espírito e a matéria.

Pictografia - Faculdade hipernormal em que o médium produz desenhos ou pintura terrenos ou extraterrenos.

Pneumatografia - Escrita direta dos Espíritos sem o concurso da mão do médium.

Pneumatofonia - Comunicação oral dos Espíritos, sem o auxílio da voz humana. Voz direta.

Psicografia - Escrita dos Espíritos pela mão do médium.

Possessão - Atuação de um Espírito desencarnado sobre o encarnado, com domínio completo.

Precognição - Percepção no futuro; profecia; predição, etc.

Reencarnação - Volta do Espírito à vida corpórea.

Sematologia - Linguagem dos sinais. Comunicação dos Espíritos pelo movimento dos corpos inertes.

Tiptologia - Linguagem por pancadas.

Transfiguração - Mudança de aspecto do médium.

Transporte - Faculdade de efeito físico que permite aos Espíritos transportarem objetos de um lugar para outro.

Transe - Estado de inconsciência em que se verificam diversos fenômenos psíquicos.

Ubiqüidade - Faculdade que têm os Espíritos de se apresentarem em vários lugares ao mesmo tempo. Os Espíritos, conforme seu grau de adiantamento, irradiam para diversos lados.

Vampirismo - Absorção das forças psíquicas de encarnados e desencarnados por parte de Espíritos obsessores.

Vidência - Faculdade que possuem alguns médiuns de ver com os olhos da alma.

Umbral - Zona obscura localizada em torno do Planeta.

Xenoglossia - Faculdade de falar ou escrever línguas estranhas ao próprio médium. Muito rara.

Zoovidente - Animal (principalmente cães e cavalos) que tem a faculdade anímica de vidência de Espíritos desencarnados.

21 abril 2010

A LÓGICA DA REENCARNAÇÃO

“A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe."

H. Jackson Brownk

NOÇÕES BÁSICAS DE LÓGICA

Aristóteles, filósofo grego (384-322 a.c.), foi o fundador da lógica.

POR QUE UTILIZAR A LÓGICA

É muito comum todos os dias ouvirmos alguém falar que alguma coisa é "lógica" ou "ilógica“. Porém, pouquíssimas pessoas sabem fazer isso com embasamento.

A lógica é a única ferramenta que pode nos orientar em direção à verdade, ou o mais próximo possível dela.

Sem a lógica, ficamos reféns dos "donos da verdade", dos dogmas absolutos que não podem jamais ser questionados.

ANÁLISE LÓGICA

1 - Deus é justo?

Resposta: SIM. Todos aqueles que acreditam na existência de um ser criador de todas as coisas, admitem que ele é perfeito e possui todas as virtudes. Seria ilógico imaginar deus sujeito às nossas imperfeições. Portanto, se deus é perfeito, é, acima de tudo, justo.

OBS: justiça é "a virtude de dar a cada um aquilo que é seu". (dicionário aurélio)

PREMISSA 1: DEUS É JUSTO

ANÁLISE LÓGICA

2 - Seria justo impor um sofrimento a alguém sem que este tenha merecido tal sofrimento?

Resposta: NÃO. Tal ação vai de encontro ao próprio conceito de justiça, visto acima.

PREMISSA 2: NÃO É JUSTO IMPOR UM SOFRIMENTO A UM INOCENTE.

ANÁLISE LÓGICA

CONCLUSÃO:

Deus não pode ser justo e cometer injustiças ao mesmo tempo! Se existisse apenas uma vida, então deus estaria impondo a alguns, desde o nascimento, sofrimentos terríveis, sem que os mesmos tenham merecido. Deus estaria, assim, sendo injusto.

Por que algumas pessoas já nascem defeituosas ou doentes e outras não? Seria justo que deus fizesse pessoas sofrerem, desde o nascimento, por algo que elas não fizeram, ou pelo que outras pessoas fizeram?

COMENTÁRIOS

Qual a explicação para as pessoas que nascem defeituosas, paralíticas, doentes, ou cegas, enquanto outras nascem perfeitas e saudáveis?

Vemos duas crianças, uma empurrando a cadeira de rodas da outra. Por que uma delas é perfeita e a outra, paralítica de nascença? Por que uma já nasce com esse sofrimento e a outra não?

Se houvesse apenas uma vida, e tivéssemos como objetivo atingir a chamada “salvação”. Por que então alguns nascem com mais condições para atingir esse objetivo do que outros? Uns nascem em famílias estruturadas, que lhes dá educação e bons exemplos de moral e os encaminham para o bem... Outros nascem em famílias desestruturadas, no meio à extrema miséria, sem nenhum tipo de referencial moral, às vezes vítimas já cedo de violência e todos os tipos de mazelas...

E, além disso, mesmo enfrentando todas essas adversidades, tais pessoas ainda teriam que ser julgadas, após a morte, e poderiam até mesmo ser condenados à "pena eterna" pelos erros que cometeram em apenas uma vida? Quanta desventura, e quanta injustiça! Além de se serem injustiçados pela sociedade, seriam injustiçados pelo próprio deus!

Como explicar o caso de pessoas que, mesmo tendo sido boas durante toda sua vida, são surpreendidas com doenças terríveis. Ou ainda são vítimas de terríveis acidentes.

Enquanto outras passam por toda a vida sem conhecer tal infortúnio? Poderíamos alegar azar de uns e sorte de outros?

Se nós fôssemos criados por deus no momento do nascimento, e não existissem vidas anteriores, qual seria o critério que o criador usaria para escolher quem seria saudável, perfeito e quem seria deficiente, cego, etc? A única explicação então seria sorte ou azar? Não haveria uma explicação mais coerente? Absurdo!

Imaginemos um pai que tenha dois filhos. A um deles dá carinho, educação, roupas, alimentação, etc. Ao outro não dá carinho, nem educação. Pelo contrário, o trata de forma agressiva, impondo-lhe todo tipo de sofrimento, desde a infancia.

Tudo isso sem nenhum motivo que justificasse tal tratamento. Seria justo? É claro que não. Ora, se não é justo que um pai proceda desta maneira, será que deus, sendo infinitamente sábio, poderia agir assim? Evidentemente que não!

Outros dizem que sofremos devido ao que nossos pais ou antepassados fizeram. Ou até mesmo pelo "Pecado Original" cometido por Adão!!! Novamente pergunto: teria sentido alguém pagar pelo que outra pessoa fez?

Imagine uma pessoa sendo presa porque seu pai cometeu um crime e a polícia não conseguiu prendê-lo. Então o filho, que seria inocente, teria que pagar pelo crime do pai. Seria deus assim tão injusto? Mais uma vez a resposta: NÃO!

A RESPOSTA LÓGICA DA REENCARNAÇÃO

· A doutrina da reencarnação é a única que oferece uma explicação lógica e um conceito mais justo.

· Deus jamais impõe sofrimentos a quem quer que seja, e ninguém sofre sem merecer.

OBJETIVO DA ENCARNAÇÃO

132. Deus determinou aos espíritos a necessidade de encarnar para alcançar a perfeição e de colaborarem na criação. (O Livro dos Espíritos – Allan Kardec)

· Deus criou leis sábias e justas que regem a harmonia de todo o universo.

· Dentre tais leis, podemos destacar 3 delas:

o LEI DA EVOLUÇÃO

o LEI DO LIVRE-ARBÍTRIO

o LEI DE CAUSA E EFEITO

q 1. Lei da evolução:

o Tudo no universo caminha para a evolução.

o Seja no mundo mineral, vegetal, animal ou espiritual.

Então a maior razão de estarmos aqui neste planeta é trabalharmos em prol da evolução de nosso espírito.

q 2. Lei do livre-arbítrio:

o Deus cria os espíritos "simples e ignorantes". E dá a todos, as mesmas condições iniciais para que atinjam sua evolução.

Porém, cada um tem o seu próprio livre arbítrio, ou seja, o poder de escolher quais caminhos deverá seguir. Nem deus interfere neste direito.

q 3. Lei de causa e efeito:

o Ao fazermos nossas escolhas na vida, nós recebemos os resultados, positivos ou negativos, das mesmas.

Deus não precisa ficar a cada erro nosso, nos punindo, ou a cada acerto, nos premiando. Aliás, deus nunca pune ninguém. Nós mesmos nos punimos, através de ações erradas.

A terra é como uma grande escola, na qual os alunos podem escolher: Estudar e "passar de ano“. Ou então não estudar e "repetir de ano".

Cada vida nossa é como um ano letivo. Até que um dia o aluno atinja tal nível evolutivo em que poderá deixar a escola, indo para escolas mais evoluídas.

Então assim se explica, de forma bastante coerente, a situação de pessoas que já iniciam a vida sob condições difíceis.

Na verdade, elas estão colhendo os frutos de ações erradas cometidas em outras vidas.

Porém, deus, em sua infinita misericórdia, ao invés de condená-los ao fogo eterno do inferno, lhes dá sempre uma nova chance.

Vivenciamos agora o resultado de tudo aquilo que fomos em vidas passadas. Aliás, nossa vida atual é a chance que temos para pagarmos qualquer mal que tenhamos feito e reparar os mesmos.

Somente espíritos muito evoluídos, que reencarnam em missão. Utilizando o seu livre-arbítrio, vêm até este plano e aqui podem vir a sofrer, porém por sua própria escolha. Para que, através de seus exemplos, possam trazer luz à humanidade, a que tanto ama.

Nós, ainda imperfeitos, estamos sujeitos à expiação: colhemos hoje o que plantamos ontem em outras vidas E colheremos amanhã o que estivermos plantando hoje.

Até que venhamos a atingir um grau de perfeição e pureza espiritual em que não precisaremos mais reencarnar na terra. E continuaremos nossa evolução em planos espirituais mais elevados.

FONTE: http://br.geocities.com/logica_reencarnacao/logica_causa_do_sofrimento.htm#1

16 fevereiro 2010

Coral de Surdos

Assista a um dos melhores vídeos que já vi!!! Sensacional!!!

31 janeiro 2010

Produzido pelo nobre companheiro Alamar Régis (SP)

O Evangelhão e o Espiritão
Este trabalho está encantando as pessoas
Quem já adquiriu, adorou. Quem viu, também

Lancei O EVANGELHÃO, que é uma edição nova de "O Evangelho, segundo o Espiritismo", e o ESPIRITÃO, que é "O Livros dos Espíritos", numa tradução nova, livros totalmente coloridos, capas duras, laminados, letras grandes e do tamanho de uma folha de papel A4, numa didática maravilhosa e com uma facilidade enorme de leitura.
Eu disponho da tradução de toda a obra básica feita pelo extraordinário Professor, Catedrático, Mestre e Médium Wladimir Olivier, que confiou a mim os seus direitos, um trabalho belíssimo e de elevadissimo nível que ele fez, com o indispensável cuidado de traduzir todos os livros das obras básicas, do original Francês conforme o francês entende, para não distorcer as idéias de Kardec e dos Espíritos, numa fidelidade impressionante, além da linguagem fácil e acessível, proporcionando uma leitura leve a agradável a todas as pessoas, de todos os níveis.
Não é conveniente, para mim, entrar em detalhes sobre o porquê desta observação: "Traduzidos conforme o entendimento dos nativos franceses". Sugerimos que você faça um estudo comparativo, cuidadoso, com diversas traduções, de preferência assessorado por alguém que conhece muito bem o francês, com vivência na França, e saberá os porquês disto.
A linguagem também é mais acessível. Só para você ter uma idéia, não aparece Jesus falando "pedi, e dar-se-vos-á", porque o bom senso aponta que ele jamais falaria desse jeito para um povo tão rude, como o povo da sua época. A linguagem é leve e agradabilíssima.
Mas tem outros detalhes, interessantíssimos:
Eles foram editados, agora, como livros grandes, ou seja, no tamanho do papel A4, com LETRAS GRANDES, para facilitar a leitura de pessoas idosas e todos aqueles quem têm algum problema de vista.
E tem outra coisa:
TOTALMENTE COLORIDOS
Tem belíssimas ilustrações e, inclusive, mudança de fontes e cores das letras em cada tipo de participação do livro. Por exemplo: Quando o texto é uma citação do Evangelho bíblico, fica com um tipo de fonte e uma cor, quando é Mensagem dos Espíritos outro tipo e outra cor, quando é fala de Kardec outro tipo e outra cor, quando é nota de rodapé, outro tipo e outra cor...

TUDO EM CAPA DURA

São obras belíssimas, um trabalho muito bonito que eu venho desenvolvendo há muito tempo.

Você vai se encantar com a excelência da tradução destas obras, como também pela beleza gráfica. Quem já viu, adorou.

Se desejar comprar, faça em nosso site: www.redevisao.net Vai ser um excelente presente de natal para amigos e entes queridos.

Se quisar dar uma olhada num demonstrativo das suas páginas, tanto do Evangelhão como do Espiritão, faça download dos PDFs resumidos que eu fiz, também em nosso site, www.redevisao.net. Basta clicar lá e abrir.

É fácil comprar, basta entrar no site, www.redevisao.net, ir no COMPRAR PRODUTOS, que eles aparecem logo como os primeiros livros da relação. Será emitido um boleto, e enviaremos com uns 5 dias, mais ou menos, porque é obra que é montada, conforme os pedidos.

20 janeiro 2010

Fenômenos Inteligentes - Resumo

Allan Kardec

Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas

RÉSUMÉ DE LAI LOI DES PHÉNOMÈNES SPIRITES

(Paris, Avr. 1864, Chez Didier et Cie.)

Observações Preliminares

As pessoas alheias ao Espiritismo, quase sempre fazem, uma idéia falsa. O que lhes falta é o conhecimento dos princípios que explicam os fenômenos, sem os quais não despertam o interesse e tampouco obtêm o proveito dos benefícios da doutrina. A experiência tem demonstrado que apenas a visão ou o relato dos fenômenos provocam mais espanto suspeita e confusão do que convencimento. Um estudo prévio e sério é indispensável para compreensão dos simples fenômenos, mudar o curso das idéias e conduzir à convicção; os que ainda não estão iniciados poderão considerar as coisas sob o verdadeiro aspecto por meio de um resumo sucinto das leis que regem as manifestações, como o primeiro passo par a instrução. Esse resumo pode ser apresentado no preâmbulo de reuniões espíritas, onde se encontrem assistentes noviços.

Dos Espíritos

1. O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que decorrem dessas relações.

2. Os Espíritos, não são seres à parte na criação e sim as almas daqueles que viveram sobre a Terra ou em outros mundos, de onde se segue que quem crê na existência da alma crê, por isso mesmo, na dos Espíritos. Negar os Espíritos seria negar a alma.

3. Os Espíritos não são, como alguns o crêem, seres vagos e indefinidos, nem chamas como os fogos fátuos ou fantasmas. São seres semelhantes a nós, tendo um corpo igual ao nosso, mas fluídico e invisível no estado normal.

4. Quando a alma está unida ao corpo, durante a vida, ela tem duplo envoltório: um pesado, grosseiro e destrutível, que é o corpo; outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito - o laço que une a alma e o corpo – veículo que a alma se utiliza para agir sobre a matéria e perceber as sensações experimentadas pelo corpo. A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem; a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito.

5. A morte é a destruição do envoltório corporal; a alma abandona esse envoltório, mas conserva seu corpo fluídico ou perispírito. A morte do corpo livra o Espírito do envoltório que o prendia à Terra; uma vez livre o seu corpo etéreo lhe permite percorrer o espaço e vencer as distâncias com a rapidez do pensamento.

6. Os Espíritos povoam o espaço; eles constituem o mundo invisível que nos rodeia, no meio do qual vivemos, e com o qual estamos, em constante contato.

7. Mantêm todas as percepções que tinham na Terra, em grau mais elevado, passando a ter sensações desconhecidas durante a encarnação. Os mais avançados vêem e ouvem coisas que nossos sentidos limitados não nos permitem. Todos os nossos pensamentos repercutem neles, que os lêem como em um livro aberto; de sorte que aquilo que ocultamos a alguém vivo, fatalmente se revela após o desenlace.

8. Os Espíritos conservam as afeições sérias que tiveram na Terra; eles se comprazem em voltar para junto daqueles que amaram, sobretudo, quando são atraídos por pensamentos e sentimentos afetuosos que lhes dirigem, ao passo que são indiferentes para com aqueles que não lhes têm senão a indiferença.

9. Geralmente se crê que os Espíritos livres da matéria se tornam sábios. Isso não ocorre. Os homens, não adquirem a perfeição ao abandonarem o envoltório terrestre. O progresso do Espírito se realiza sucessivamente com o tempo a aquisição de conhecimentos e o despojamento das imperfeições. Seria tão ilógico e contrário à justiça de Deus admitir que o Espírito de um selvagem ou de um criminoso de repente se torne um sábio e virtuoso, tanto quanto admitir que se perpetue na inferioridade. Como há homens de todos os graus de saber e de ignorância, de bondade e de ignorância, ocorre o mesmo com os Espíritos. Há os que são apenas levianos e traquinas, outros são mentirosos, trapaceiros, hipócritas, maus, vingativos; outros, ao contrário, possuem as mais sublimes virtudes e o saber num grau desconhecido na Terra. Essa diversidade é um dos pontos mais importantes, porque permite deduzir a o grau de elevação do espírito pela natureza boa ou má das comunicações deles emanadas. (O Livros dos Espíritos, nº 100, Escala Espírita. - O Livro dos Médiuns, cap. XXIV.)

Manifestação dos Espíritos

10. Os Espíritos podem se manifestar de diversas maneiras: pela visão, audição toque, ruídos, movimentos dos corpos, escrita, desenho, música, etc. São intermediados por pessoas dotadas de uma aptidão especial para cada gênero de manifestação, chamados de médiuns. Há médiuns videntes, falantes, audientes, sensitivos, de efeitos físicos, desenhistas, tiptólogos, escreventes, etc., segundo a natureza das comunicações que estão aptos a receber.

11. O fluido que compõe o perispírito penetra todos os corpos e os atravessa como a luz atravessa os corpos transparentes; nenhuma matéria lhe opõe obstáculo. É uma idéia ridícula crer-se que eles se introduzem por uma pequena abertura, como o buraco de uma fechadura ou o tubo de uma chaminé.

12. Embora invisível para nós no estado normal o perispírito tem constituição etérea, sujeita à modificação molecular imprimida pelo Espírito, para torná-lo torna visível ou mesmo tangível; assim é que se produzem as aparições. Esse fenômeno não é mais extraordinário do que o do vapor que é invisível quando rarefeito, visível quando condensado. Os Espíritos geralmente se tornam visíveis, sob a aparência que tinham quando vivos de modo a se fazerem reconhecer.

13. É com a ajuda do perispírito que o Espírito atua sobre seu corpo físico e influencia a matéria inerte a produzir os ruídos, os movimentos de mesas e outros objetos, que ergue, tomba ou transporta. Esse fenômeno nada tem de surpreendente se se considera que, entre nós, os mais poderosos motores se acham nos fluidos os mais rarefeitos e mesmo imponderáveis, como o ar, o vapor e a eletricidade. É igualmente com a ajuda do perispírito que o Espírito atua ostensivamente se utilizando dos médiuns para escrever, falar, ou desenhar; de quem empresta os órgãos os comanda como se fosse seu próprio corpo, por meio de emanação fluídica.

14. No fenômeno das mesas girantes ou falantes, o objeto inerte é movimentado com ou sem significação determinada, podendo dar golpes inteligentes indicando as letras do alfabeto, formar palavras e frases, fenômeno designado sob o nome de tiptologia. A mesa é o instrumento do qual se serve, tal qual o com o lápis para escrever; impulsionados pelo fluido que os interpenetra momentaneamente, sem se identificar com esses objetos.

Ao ato de emoção em leva pessoas a abraçar mesas que se movimentam, nelas projetando os entes queridos, é tão irrefletido quanto confundir um objeto qualquer pertencente a alguém muito próximo, com a própria pessoa.

Quando as comunicações ocorrem por esse meio, deduz-se que o Espírito está ao lado e não entranhado na mesa, tal como estaria se estivesse vivo. A mesma coisa ocorre nas comunicações pela escrita; ver-se-ia o Espírito ao lado do médium, dirigindo sua mão, ou lhe transmitindo o seu pensamento por uma corrente fluídica.

15. Quando a mesa se destaca do solo e flutua no espaço sem ponto de apoio, o Espírito não a ergue com força do braço, mas a envolve e a penetra com uma espécie de atmosfera fluídica que neutraliza o efeito da gravitação, como o ar o faz para os balões e os papagaios de papel. O fluido do qual está penetrada lhe dá, momentaneamente, uma leveza específica maior. Quando ela está pregada no solo, está num caso análogo ao da campana pneumática sob a qual se faz o vácuo. Estas não são senão comparações para mostrar a analogia dos efeitos e não a similitude absoluta das causas.

Compreende-se, então, que um Espírito pode erguer uma mesa, tanto quanto uma pessoa pode fazê-lo, sem contrariar os princípios da física por serem fenômenos se produzem sob a mesma lei.

16. O ambiente escuro que é necessário à produção de certos efeitos físicos é o mesmo utilizado para a prática de fraudes. Todavia isso não coloca sob suspeita todas as atividade mediúnicas, tampouco serve de argumento para negar a existência dos fatos. Sabe-se que, na química, há combinações que não se podem operar sob a luz; que composições e decomposições ocorrem sob a ação do fluido luminoso; ora, sendo todos os fenômenos espíritas o resultado da combinação dos fluidos próprios do Espírito e do médium, e esses fluidos sendo da matéria, nada há de espantoso de que, em certos casos, o fluido luminoso seja contrário a essa combinação.

17. Os Espíritos superiores não se ocupam das comunicações inteligentes senão tendo em vista a nossa instrução; as manifestações físicas ou puramente materiais, estão mais especialmente nas atribuições dos Espíritos inferiores, vulgarmente designados sob o nome de Espíritos batedores, como, entre nós, as habilidades dizem respeito aos saltimbancos e não aos sábios.

18. Os Espíritos são livres; se manifestam quando e a quem lhes convém e também quando podem. Eles não estão às ordens e ao capricho dos encarnados e nem atuam contra a própria vontade. Não há como fazê-los falar ou calar de modo a afirmar-se com segurança que um chamado será atendido.

19. Há pessoas que obtêm com certa constância a produção de certos fenômenos; mas, percebe-se que são sempre efeitos puramente físicos, mais curiosos do que instrutivos, produzidos em condições análogas. As circunstâncias nas quais são obtidos são de natureza a inspirarem dúvidas, tanto mais legítimas sobre sua realidade quando são geralmente objetos de uma exploração, e, freqüentemente, quando é difícil distinguir a mediunidade real da prestidigitação.

É possível que Espíritos ainda em baixo estágio se comprazam em produzir fenômenos desse gênero, entretanto, atestando ser a mediunidade verdadeira, mas geralmente pouco elevada. Isso não infirma em nada o princípio da liberdade dos Espíritos. È por isso que os médiuns mais poderosos, de efeitos físicos ou outros, têm tempos de interrupção, independentemente de sua vontade; os charlatães não os têm jamais; de sorte que sua negação não abalaria em nada os princípios gerais da Doutrina.

20. Certas manifestações espíritas, como tantos outros fenômenos, também se prestam, a uma imitação mais ou menos grosseira, , pela charlatanice e pela prestidigitação, mas disso não se pode concluir pela inexistência delas. Para aquele que estudou e conhece as condições normais nas quais elas podem se produzir, é fácil distinguir a imitação da realidade; a imitação, de resto, não pode enganar senão o ignorante incapaz de apreender as nuanças características do fenômeno verdadeiro.

21. As manifestações mais fáceis de serem imitadas são certos efeitos físicos e os efeitos inteligentes vulgares, tais como os movimentos, as pancadas, os transportes, a escrita direta, as respostas banais, etc.; não ocorre o mesmo com as comunicações inteligentes de uma alta importância, ou na revelação de coisas notoriamente desconhecidas do médium; para imitar os primeiros não é preciso senão a destreza; para simular os outros é preciso, quase sempre, uma instrução pouco comum, uma superioridade intelectual fora de série e uma faculdade de improvisação, por assim dizer, universal, ou o dom da adivinhação.

22. As produções de espectros nos teatros foram apresentadas, injustamente, como tendo relações com a aparição de Espíritos, das quais é apenas uma grosseira e imperfeita imitação. É preciso ignorar os princípios do Espiritismo para acreditar que nas reuniões espíritas alguém se ocupe desse tipo de atividade. Os Espíritos não se tornam visíveis ao comando de ninguém, mas por sua própria vontade, nas condições especiais que não estão no poder de quem quer que seja provocar.

23. As evocações espíritas não consistem em fazer voltar os mortos com um aspecto lúgubre da tumba. O Espiritismo, que jamais fez milagres, jamais fez reviver um corpo morto; quando o corpo está na cova cumpre a lei de destruição; mas o ser espiritual, fluídico, inteligente, uma vez operada a separação, não tem mais nada de comum com o corpo.

24. A crítica malevolente procura representar as comunicações espíritas como cercadas de práticas ridículas e supersticiosas da magia e da necromancia. Diremos que não é preciso para evocá-los, nem fórmulas, nem palavras sacramentais ou cabalísticas; e não há necessidade de nenhuma preparação, de nenhuma iniciação; que o emprego de qualquer sinal ou objeto material, seja para atraí-los, seja para afastá-los, não tem efeito e o pensamento basta; enfim, os médiuns recebem suas comunicações tão simplesmente e naturalmente como se fossem ditadas por uma pessoa viva, sem sair do estado normal. Só o charlatanismo poderia tomar maneiras excêntricas e adicionar acessórios ridículos. A evocação dos Espíritos se faz em nome de Deus, com respeito e recolhimento; é a única coisa recomendada às pessoas sérias que querem ter relações com Espíritos sérios.

25. As comunicações inteligentes, podem ser boas ou más, justas ou falsas, profundas ou levianas, segundo a natureza dos Espíritos que se manifestam. Os que provam à sabedoria e o saber são Espíritos avançados que progrediram; os que provam à ignorância e as más qualidades são Espíritos ainda atrasados, mas que progredirão com o tempo. Os Espíritos não podem responder senão sobre o que sabem, segundo seu adiantamento, e, ademais, sobre o que lhes é permitido dizerem, porque há coisas que não devem revelar, uma vez que ainda não é dado ao homem tudo conhecer.

26. Da diversidade nas qualidades e nas aptidões dos Espíritos, resulta que não basta se dirigir a um Espírito qualquer para obter uma resposta justa a toda pergunta, porque, sobre muitas coisas, não podem dar senão a sua opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa. Se ele for sábio, confessará a sua ignorância sobre o que não sabe; se for leviano ou mentiroso, responderá sobre tudo sem se importar com a verdade; se for orgulhoso, dará a sua idéia como verdade absoluta. Haveria, pois, imprudência e leviandade em aceitar, sem controle, tudo o que vem dos Espíritos. Por isso, é essencial estar esclarecido quanto à natureza daqueles com os quais se ocupe. (O Livro dos Médiuns, nº 257.)

27. Reconhece-se a qualidade dos Espíritos por sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores são sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; anuncia a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a mais pura moral; é concisa e sem palavras inúteis. Entre os Espíritos inferiores, ignorantes ou orgulhosos, o vazio das idéias, quase sempre, é compensado pela abundância das palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda a máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presunção ou de arrogância, são sinais incontestáveis de inferioridade em um Espírito.

28. O objetivo providencial das manifestações é convencer os incrédulos de que tudo não termina, para o homem, com a vida terrestre e de dar aos crentes idéias mais justas sobre o futuro. Os bons Espíritos vêm nos instruir tendo em vista o nosso melhoramento e o nosso adiantamento e não para nos revelar o que não devemos ainda saber, ou o que não devemos aprender senão pelo nosso trabalho. Se bastasse interrogar os Espíritos, para se obter a solução de todas as dificuldades científicas, ou para fazer descobertas e invenções lucrativas, todo ignorante poderia tornar-se sábio facilmente e todo preguiçoso poderia se enriquecer sem esforço; é o que Deus não quer. Os Espíritos ajudam o homem de gênio pela inspiração oculta, mas não o isentam nem do trabalho das pesquisas, a fim de deixar-lhe o mérito.

29. Seria fazer uma idéia bem falsa dos Espíritos, vendo neles apenas os auxiliares dos ledores de sorte; os Espíritos sérios recusam-se ocupar de coisas fúteis; os Espíritos levianos e zombeteiros se ocupam de tudo, respondem a tudo, predizem tudo o que se quer, sem se inquietarem com a verdade, e sentem um prazer maligno ao mistificarem as pessoas muito crédulas; é por isso que é essencial estar perfeitamente fixado sobre a natureza das perguntas que se podem dirigir aos Espíritos. (O Livro dos Médiuns, nº 286: Perguntas que se podem dirigir aos Espíritos)

30. As manifestações não estão, pois, destinadas a servirem aos interesses materiais, cujo cuidado está entregue à inteligência, ao discernimento e à atividade do homem. Seria em vão que tentar-se-ia empregá-las para conhecer o futuro, descobrir tesouros ocultos, recuperar heranças, ou encontrar meios de se enriquecer. Sua utilidade está nas conseqüências morais que dela decorrem; mas se não tivessem por resultado senão fazer conhecer uma nova lei da Natureza, de demonstrar, materialmente, a existência da alma e sua imortalidade, isso já seria muito, porque seria um novo e largo caminho aberto à filosofia.

31. Pode-se ver, por essas poucas palavras, que as manifestações espíritas, de qualquer natureza que sejam nada têm de sobrenatural nem de maravilhoso. São fenômenos que se produzem em virtude da lei que rege as relações do mundo corporal e do mundo espiritual, lei também tão natural como a da eletricidade, da gravidade, etc. O Espiritismo é a ciência que nos faz conhecer essa lei, como a mecânica nos faz conhecer a lei do movimento, a ótica a da luz. As manifestações espíritas, estando na Natureza, produziram-se em todas as épocas; a lei que as rege, sendo conhecida, nos explica uma série de problemas considerados insolúveis; é a chave de uma multidão de fenômenos explorados e aumentados pela superstição.

32. Estando o maravilhoso completamente descartado, esses fenômenos nada mais têm que repugne à razão, porque vem tomar lugar ao lado dos outros fenômenos naturais. Nos tempos da ignorância, todos os efeitos dos quais não se conhecia a causa eram reputados sobrenaturais; as descobertas da ciência restringiram sucessivamente o círculo do maravilhoso; o conhecimento dessa nova lei veio reduzi-lo a nada. Aqueles, pois, que acusam o Espiritismo de ressuscitar o maravilhoso, provam por isso mesmo, que falam de uma coisa que não conhecem.

Dos Médiuns

33. O médium não possui senão a faculdade de se comunicar; a comunicação efetiva depende da vontade dos Espíritos. Se os Espíritos não querem se manifestar, o médium nada obtém; é como um instrumento sem músico.

34. A facilidade das comunicações depende do grau de afinidade que existe entre os fluidos do médium e do Espírito. Cada médium está, assim, mais ou menos apto para receber a impressão ou impulso do pensamento de tal ou tal Espírito; ele pode ser um bom instrumento para um e mau para um outro. Disso resulta que, dois médiuns igualmente bem dotados, estando um ao lado do outro, um Espírito poderá se manifestar por um e não pelo outro. É, pois, um erro crer que basta ser médium para receber com igual facilidade as comunicações de todo Espírito. Não existem médiuns universais. Os Espíritos procuram, de preferência, os instrumentos que vibrem em uníssono com eles. Sem a harmonia, que só a assimilação fluídica pode proporcionar, as comunicações são impossíveis, incompletas ou falsas. Podem ser falsas porque, à falta do Espírito desejado, não faltam outros, prontos para aproveitarem à ocasião de se manifestarem e que pouco se importam em dizer a verdade.

35. Um dos maiores escolhos da mediunidade é a obsessão, quer dizer, o império que certos Espíritos podem exercer sobre os médiuns, impondo-se a eles sob nomes apócrifos e impedindo-os de se comunicarem com outros Espíritos.

36. O que constitui o médium, propriamente dito, é a faculdade; sob esse aspecto, ele pode estar mais ou menos formado, mais ou menos desenvolvido. O que constitui o médium seguro, o que se pode verdadeiramente qualificar de bom médium, é a aplicação da faculdade, a aptidão de servir de intérprete dos bons Espíritos. (O Livro dos Médiuns, cap. XXIII.)

37. A mediunidade é uma faculdade essencialmente móvel e fugidia, pela razão de estar subordinada à vontade dos Espíritos; por isso é que está sujeita as intermitências. Esse motivo, e o princípio mesmo segundo o qual se estabelece a comunicação, são os obstáculos a que se torne uma profissão lucrativa, uma vez que não poderia ser nem permanente, nem aplicável a todos os Espíritos e porque poderia faltar no momento em que dela se tivesse necessidade. Aliás, não é racional admitir que os Espíritos sérios se coloquem à disposição da primeira pessoa que os queira explorar.

38. A propensão dos incrédulos, geralmente, é suspeitar da boa fé dos médiuns e supor o emprego de meios fraudulentos. Além de que, no entendimento de certas pessoas, essa suposição é injuriosa; é preciso, antes de tudo, perguntar qual interesse poderiam eles ter para enganarem e divertirem ou representarem a comédia. A melhor garantia de sinceridade está no desinteresse absoluto, porque aí onde nada tem a ganhar, o charlatanismo não tem razão de ser. Quanto à realidade dos fenômenos, cada um pode constatá-la, se se coloca nas condições favoráveis e se aplicam a paciência na observação dos fatos, a perseverança e a imparcialidade necessária.

Das Reuniões Espíritas

39. Os Espíritos são atraídos pela simpatia, à semelhança dos gostos e de caracteres, a intenção que faz desejar a sua presença. Os Espíritos superiores não vão às reuniões fúteis, do mesmo modo que um sábio da Terra não iria numa assembléia de jovens estouvados. O simples bom senso diz que não pode ser de outra forma; ou, se aí vão algumas vezes, é para dar um conselho salutar, combater os vícios, procurar conduzir para o bom caminho; se não são escutados, retiram-se. Seria ter uma idéia completamente falsa, crer que os Espíritos sérios possam se comprazer em responder a futilidades, a perguntas ociosas que não provam nem afeição, nem respeito por eles, nem desejo real, nem instrução, e ainda menos que possam vir dar espetáculo para divertimento dos curiosos. O que não faziam quando vivos, não podem fazê-lo depois da sua morte.

40. A frivolidade das reuniões tem por resultado atrair os Espíritos levianos que não procuram senão ocasiões de enganarem e de mistificarem. Pela mesma razão que os homens graves e sérios não vão às assembléias levianas, os Espíritos sérios vão apenas às reuniões sérias, cujo objetivo é a instrução e não a curiosidade; é nas reuniões desse gênero que os Espíritos superiores gostam de dar seus ensinamentos.

41. Do que precede resulta que, toda reunião espírita, para ser proveitosa, deve, como primeira condição, ser séria e recolhida; que tudo deve se passar nela respeitosamente, religiosamente e com dignidade, se se quer obter o concurso habitual dos bons Espíritos. É preciso não esquecer que, se esses mesmos Espíritos aí se fizessem presentes quando vivos ter-se-ia por eles considerações às quais têm ainda mais direito depois da sua morte.

42. Em vão se alega a utilidade de certas experiências curiosas, frívolas e divertidas, para convencer os incrédulos; é a um resultado muito oposto que se chega. O incrédulo, já levado a zombar das mais sagradas crenças, não pode ver uma coisa séria naquilo do qual se faz um divertimento; não pode ser levado a respeitar o que não lhe é apresentado de maneira respeitável; também das reuniões fúteis e levianas, nas quais não há nem ordem, nem gravidade, nem recolhimento, ele leva sempre má impressão. O que pode, sobretudo, convencê-lo, é a prova da presença de seres cuja memória lhe é cara; diante de suas palavras graves e solenes, diante das revelações íntimas, é que se o vê emocionar-se e fraquejar. Mas, pelo fato de que há mais respeito, veneração, afeição pela pessoa cuja alma se lhe apresenta, ele fica chocado, escandalizado, de vê-la chegar a uma assembléia sem respeito, no meio de mesas que dançam e da pantomima dos Espíritos levianos; por incrédulo que seja sua consciência repele essa mistura do sério e do frívolo, do religioso e do profano, por isso taxa tudo isso de charlatanice e, freqüentemente, sai menos convencido do que quando entrou. As reuniões dessa natureza fazem sempre mais mal do que bem, porque afastam da Doutrina mais pessoas do que a ela conduzem, sem contar que se presta a motivar a crítica dos detratores, que nela encontram motivos fundados de zombaria.

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